5.7.11

licor amargo

eu, que um dia te vi entre lírios,

ervas  e jasmins

hoje, te imagino incauto, longínquo,

fora do sagrado.

pisastes em terra santa,

brincastes com jardins proibidos,

zombastes do meu amor

e do que havia em mim de mais bonito.

toma esta carta entre as mãos

e beba dela esse licor amargo

que entre tantos soluços e pesares

me fizeram lembrar que um dia te amei

mas o tempo, que entre todos, é o grande rei

me fez enxergar com cara de morte

um sentimento que deixou de ser

e agora te vejo fora daqui

perdido entre brumas, saudades e desilusões

cantando nos bares o lamento dos homens perdidos.


|uns versos que sairam em meio as lágrimas,
 de uma madrugada triste.|

6 comentários:

  1. versos com toda beleza daquelas coisas que saem do coração, ainda que triste.

    Um beijo, Cris!

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  2. O que sabemos nós nestes dias em que os espíritos andam por aí sem nenhuma fé macerando sucos de mágoas? Não dá para sustentar o corpo quando a alma vai embora. E quanto à essas lágrimas, derrame-as, que não estou aqui para enxugá-las. Tocar na ferida irmã, não é uma forma de curá-la.


    Eu te abraço, hoje com mais amor do que nunca.

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  3. A propósito, estes versos quebraram minha alma à marretadas - completei.

    Ei, rs...Nos olhos de quem ama chove sim, mas depois estia devagar. E aprende irmã: um grande amor a gente só esquece, quando reaprende a lembrar.

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  4. Cris...Seguir adiante é ato de coragem quando carregamos lembranças daquilo que um dia chamamos de amor. Mas o amor verdadeiro é libertador e só fica de verdade se for inteiro e trouxer sorrisos e força pra superar as dificuldades do encontro das almas. Que suas lágrimas sejam colhidas e aquelas que caíram possam semear esperança do encontro com aquele que será verdadeiro.

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  5. Aquele que nos faz conhecer o mais belo jardim, pode depois nos apresentar o deserto.
    Texto e blog belíssimos.
    Flor, se puder, depois dê uma olhadinha no meu blog. É: http://penseecorra.blogspot.com/
    Bjos

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  6. É Cris...sei bem dessas madrugadas. Tenho as tidos, mas as minhas lágrimas ralas não caem, teimosas que são.

    O bonito dos versos é que eles tornam o dolorido belo. Foi o que fizeste, querida.

    Beijo meu.

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'Que seja doce o que vier. Pra você, pra mim.'